Há anos que a Recordati desenvolve a sua estratégia de sustentabilidade e responsabilidade social em Portugal e em todos os países onde opera, o que lhe permite ter hoje uma atitude sólida que estimula as melhores práticas de ESG (Environment, Social and Governance). Nelson Ferreira Pires, director-geral da Recordati Portugal, afirma que a missão da empresa «de acrescentar mais e melhor vida é muito simples e motivadora, pois todos os dias salvamos vidas e contribuímos para melhorar a saúde das pessoas. Desafiamo-nos constantemente para não esquecermos que o nosso ADN como organização tem uma responsabilidade acrescida».
A Recordati empenha-se na ideia de que todos devemos trabalhar para deixar para as próximas gerações um mundo melhor do que aquele que nos foi deixado, não só ao nível da sustentabilidade ambiental, mas também no que diz respeito aos valores sociais que praticamos.
«Acreditamos que devemos devolver à comunidade uma parte do muito que esta nos proporciona». E, porque a sustentabilidade é fundamental para toda a indústria farmacêutica, a Recordati dá ênfase ao contributo positivo para a sociedade, com aumento do valor económico da empresa e manutenção de talento. De acordo com Nelson Ferreira Pires, «o nosso propósito é “unlocking the full potential of life”, e libertar esse potencial passa também pela pegada que deixamos no mundo, pelo ADN que construímos e pela devolução à comunidade do muito que esta dá á nossa organização».
O carácter intrinsecamente inovador do sector farmacêutico torna esta tarefa mais natural. O director-geral da Recordati destaca o apoio que a Inteligência Artificial (IA) tem vindo a representar no processo de acelerar e reduzir os custos de Investigação e Desenvolvimento (I&D). Como estes novos avanços, é hoje possível desenvolver medicamentos com preços mais acessíveis, sendo um exemplo recente o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19, que em apenas 11 meses permitiu que o mundo regressasse à normalidade. Nelson Ferreira Pires afirma que o desenvolvimento desta vacina, sem o apoio da IA, poderia ter demorado mais de oito anos.
Por outro lado, a inovação está a permitir, cada vez mais, a introdução de práticas mais sustentáveis no sector. Um exemplo disso é a substituição dos testes pré-clínicos em animais por algoritmos de segurança. Refira-se ainda que a Recordati já está a utilizar embalagens recicláveis nos seus suplementos alimentares, sendo que, de acordo com Nelson Ferreira Pires, esta prática só ainda não abrange os medicamentos por questões de regulamentação. E, a nível europeu, está a ser retirado das embalagens de medicamentos o folheto informativo em papel, que passa a estar disponível online ou sob consulta de um profissional de saúde. «O caminho da sustentabilidade é enorme, não apenas no âmbito da I&D, mas também nos processos de produção».
Ainda no que diz respeito ao impacto ambiental, a Recordati quer criar uma economia circular e promover a redução do desperdício. O director-geral da empresa revela que «em 2022, 84% da electricidade utilizada nas nossas fábricas foi originada em fontes renováveis. Além disso, instalámos painéis solares em duas unidades industriais de forma a garantir a autonomia energética sustentável; auditámos 50 fornecedores ao nível das regras ESG; demos formação a todos os nossos colaboradores, o que teve um grande impacto; a nossa frota automóvel tem um limite de emissão de carbono por viatura (com preferência pelos automóveis sustentáveis); incentivamos a redução da impressão em papel melhorando a qualidade da projecção individual; instalámos um sistema inteligente de gestão da energia na nossa sede; queremos retirar em conjunto com as autoridades os folhetos em papel das embalagens dos nossos medicamentos (estando disponíveis com um QR code); e as nossas iniciativas de responsabilidade social estão relacionadas com este grande objectivo de sustentabilidade. Esta é uma cultura corporativa que permite que a Recordati tenha recebido em 2022 o rating A+ da MSCI. Além disso, em Outubro de 2021, fomos incluídos no MIB ESG Index da Euronext e da Borsa Italiana, e em Junho de 2022 recebemos o “platinum rating” da EcoVadis, entre muitos outros.
O plano de sustentabilidade e responsabilidade social da Recordati está assente em cinco pilares: Patient Care, People Care, Environmental Protection, Responsible Sourcing e Ethics and integrity. O objectivo é ter uma empresa inclusiva e equilibrada, permitindo o desenvolvimento do talento e empreendedorismo, em comunicação permanente com a comunidade. O director-geral da Recordati refere que «preocupamo-nos com nosso planeta e com a sustentabilidade, e consideramos essencial preservar a biodiversidade e os recursos naturais, minimizando a nossa pegada carbónica. Queremos construir relações baseadas na transparência e confiança com todos os nossos stakeholders, contribuindo para construir uma cadeia de valor acrescentado no nosso modelo de negócio».
Nelson Ferreira Pires recorda também a importância do público interno da empresa: os colaboradores e as suas famílias. «Temos uma preocupação interna enorme com as nossas pessoas. Sabemos que, por vezes, existem necessidades internas que desconhecemos, pelo que temos programas de apoio aos colaboradores que proporcionam recursos que lhes permitem viver com mais qualidade. Refira-se, a título de exemplo, a recuperação do Parque Arco-Íris do Jardim Zoológico de Lisboa, mas também um reforço do apoio para despesas de deslocação para fazer face ao aumento do preço de combustíveis, ou um concurso interno para os filhos dos nossos colaboradores na elaboração do postal de Natal, com a oferta de prémios para todos os participantes poderem adquirir material escolar». O director-geral da Recordati acrescenta que «proporcionámos a uma colaboradora um ano sabático, mantendo todas as condições como se estivesse a trabalhar, para apoiar o cônjuge, que infelizmente foi diagnosticado com um problema oncológico. As pessoas são o nosso valor mais importante, por isso cuidamos muito de cada uma. É o nosso programa de responsabilidade interna de “individualismo corporativo” em que a organização se molda às necessidades de cada colaborador».
A nível externo, além de já ter recebido diversas distinções que reconhecem este posicionamento da empresa, a Recordati comunica de forma regular a sua missão de sustentabilidade aos seus stakeholders.
O objectivo é «que os nossos valores sejam conhecidos e seguidos por outros». Além disso, tem uma política de «exigência, transparência e justiça» para com os seus fornecedores, que têm de partilhar estes valores e assinar uma carta de compromisso nos contratos celebrados.
Do mesmo modo, a Recordati oferece medicamentos a título gratuito a instituições carenciadas através da iniciativa “Banco do medicamento”. Além disso, ainda participa nos vários projectos desenvolvidos pela Apifarma, CIP, Infarmed no envio gratuito de medicamentos para cenários de guerra ou de crise humanitária.
Destacam-se ainda outros momentos de apoio a pessoas e à comunidade como o patrocínio da ida de muitas crianças de famílias de baixo rendimento ao Jardim Zoológico pela primeira vez, o apoio a várias famílias com cabazes de Natal, o fornecimento de material e mão-de-obra dos colaboradores para pintura de instituições de apoio a crianças e idosos, o patrocínio de bolsas de estudo e a oferta de medicamentos em Portugal e no estrangeiro.
«Apoiamos inúmeras instituições de solidariedade social (Banco Alimentar, Ajuda de Berço, associação APACI e APAC, associação “Semear”, Fundação Marquês de Pombal, entre tantas outras). Damos estágios a recém-licenciados, promovendo o primeiro emprego dos jovens. Temos um sem número de actividades que poderia enumerar durante horas».
E também a nível interno da empresa Nelson Ferreira Pires declara que «além de mantermos o emprego de mais de 120 pessoas apenas em Portugal, desenvolvemos o seu talento (temos, por exemplo, um programa de desenvolvimento interno através de uma pós-graduação interna anual com o ISCTE). Temos uma política salarial recompensadora, com fringe benefits e salários equilibrados, assim como uma série de outros benefícios intangíveis».
Relativamente ao envolvimento dos próprios colaboradores nas acções de responsabilidade social da empresa, o responsável garante que «esta é uma preocupação de todos e todos sabem que mesmo com pequenas acções, podem contribuir para um planeta e uma sociedade melhor».
Mas, além disso, existe uma «formalização deste sentimento », através de uma equipa interna dedicada ao programa de responsabilidade social da empresa e de um processo de auditoria interno e outro externo sobre estes processos, para validação das melhores práticas.
Assim, o programa de responsabilidade social é gerido pelos colaboradores que definem e propõem o plano anual à administração da empresa. A maior parte das actividades é aberta aos colaboradores (e em alguns casos às suas famílias), sempre de forma voluntária. A adesão, diz o responsável, é superior a 90%.
No que diz respeito ao futuro, Nelson Ferreira Pires acredita que «o maior desafio será manter este caminho e adaptá-lo às novas tecnologias (potenciando-o e ganhando eficiência), assim como às novas gerações, que têm necessidades e desejos diferentes. O objectivo de neutralidade carbónica e economia circular na nossa actividade vai-se manter, mas novas formas de o conseguir vão ser encontradas (como o hidrogénio por exemplo) e inclusive a gestão e retenção do talento. Importa manter a consciência social individual e colectiva, mas também a decisão estratégica de que as marcas que irão sobreviver são aquelas cujo valor aumentado está relacionado com os valores ESG e o respeito pelos direitos das pessoas, do planeta e da forma como fazemos negócio. Portanto, os desafios serão, afinal, oportunidades».