A Disfunção Erétil consiste numa incapacidade persistente para atingir e/ou manter uma ereção suficiente para permitir uma penetração sexual satisfatória.
Apesar de ser um problema mais frequente em idades avançadas, a Disfunção Erétil pode ocorrer em qualquer idade.
Estudos envolvendo milhares de indivíduos revelaram que cerca de 52% dos homens entre os 40 e os 70 anos de idade reportaram algum grau de disfunção erétil. Em 17% dos casos a Disfunção erétil era ligeira, em 25% dos casos, moderada e em 10% severa.
Foram realizados inquéritos que mostraram que a prevalência de disfunção erétil grave triplica entre indivíduos de 40 a 70 anos de idade.
Estima-se que em Portugal a Disfunção Erétil (DE) afecte cerca de 400 mil homens, que sofrem, muitas vezes em silêncio, as consequências devastadoras desta patologia - em termos individuais mas igualmente com marcadas repercussões familiares, sociais e mesmo profissionais.
Esta é, portanto, uma patologia muito frequente, que vai continuar a aumentar de frequência, progressivamente, dado o aumento da esperança média de vida, ou seja, o número de homens com idades mais avançadas.
Infelizmente, atualmente apenas cerca de 10% dos homens com DE estão a receber tratamento para o seu problema.
As causas de Disfunção Erétil podem dividir-se em psicogénicas, orgânicas e mistas; na maior parte dos caso, os dois componentes estão presentes.
Nas causas psicogénicas incluem-se as relacionadas com ansiedade, problemas na relação, redução do desejo (por sua vez com múltiplas causas), síndromes depressivos e mesmo doenças mais graves do foro psiquiátrico.
As causas de Disfunção Erétil orgânica podem dividir-se em vascular (ou seja, por problemas nos vasos, mais frequentemente nas artérias), neurogénica (podendo ser causada por diferentes problemas neurológicos), hormonal, “cavernosa” (ou seja, relacionada com problemas no próprio pénis) ou secundária a medicamentos (diversos medicamentos podem causar Disfunção Erétil).
Existem várias opções para o tratamento da Disfunção Erétil.
Em primeito lugar, é fundamental alterar os fatores de risco que contribuem para o problema, promovendo um estilo de vida saudável, incutindo a necessidade de realizar exercício físico, combatendo o sedentarismo, cessando eventuais hábitos tabágicos e alcóolicos, controlando a tensão arterial e a diabetes se existirem, substituindo medicamentos que possam estar a contribuir para o problema.
Deve ser feito um adequado aconselhamento e educação sexual e, em alguns casos selecionados, poderá mesmo ser necessário um acompanhamento com um especialista em sexologia.
Existem várias opções e tipos de medicamentos para o tratamento da Disfunção Erétil.
Na maior parte dos casos, atualmente, o problema pode resolver-se com recurso a medicamentos orais, em comprimidos, que têm em comum o fato de dilatarem as artérias que transportam o sangue para o pénis, fazendo aumentar a rigidez e a duração da ereção.
Estes medicamentos têm tempos de início e duração da ação variáveis, o que permite selecionar o medicamento mais adequado a cada doente, ao tipo, padrão e frequência das suas relações sexuais.
Nos casos em que estes medicamentos não sejam eficazes ou se os doentes preferirem outro tipo de solução, podem ser utilizadas outras formas de tratamento.
Um outro tipo de medicamentos que podem ser aplicados localmente, através de injeção (aplicada diretamente no pénis) ou de administração através da uretra.
Em alguns casos, em que os outros tratamentos não são eficazes, pode ser necessário um tratamento cirúrgico, nomeadamente através da colocação de uma prótese peniana.
Adaptado de: Manual de Medicina Sexual Visão Multidisciplinar, editado pela Sociedade Portuguesa de Andrologia e pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, por Dr. José Dias.