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O que é a hipertensão ou pressão arterial alta?

A pressão arterial é definida como a força ou pressão que existe no interior das artérias. Essa pressão é produzida pelo fluxo de sangue. Cada vez que o coração bate*, a pressão sobe e, entre as batidas, quando o coração está em repouso**, essa pressão volta a baixar.

*(Sistólica) ** (Diastólica)

Define-se como hipertensão quando a pressão arterial (medida com esfignomanómetro e em mmHg) apresenta valores superiores a 140mmHg de pressão arterial sistólica e 90mmHg de pressão arterial diastólica.

Os valores de pressão arterial (PA) estão estratificados de acordo com os valores em mmHg.

Segundo a definição da Sociedade Europeia de Hipertensão (ESH) são os seguintes:

Deslizar para a esquerda
PA Normal Normal Elevada HTA grau 1 HTA grau 2 HTA grau 3
Sistólica 120-129mmHg 130-139mmHg 140-159mmHg 150-179mmHg >=180mmHg
Diastólica 80-84mmHg 85-89mmHg 90-99mmHg 100-109mmHg >=110mmHg

 

Quando a pressão arterial está acima dos valores considerados normais, existe a necessidade de intervir para baixar os valores da pressão arterial.

A estratégia adoptada para o tratamento da hipertensão depende dos fatores de risco do doente hipertenso. Se para além da hipertensão o doente sofrer de outras patologias associadas, tais como: colesterol, diabetes, for fumador, etc., a estratégia de tratamento da hipertensão terá que ser mais agressiva, que permita que o doente tenha valores de pressão arterial controlados, ou seja, inferiores a 140/90mmHg.

 

Porquê tratar a hipertensão (HTA) ou pressão arterial alta? 

A hipertensão arterial (HTA) / pressão arterial alta é um fator de risco com elevada prevalência na população adulta, constituindo um importante problema de saúde pública e um dos principais fatores de risco de doenças cardiovasculares (tais como o Acidente Vascular Cerebral – AVC) e a principal causa de morte e incapacidade no nosso país.

Sabe-se que existe um enorme potencial para reduzir a incidência de doença e de morte cardiovascular se a hipertensão for detetada precocemente e tratada adequadamente. 

Em Portugal a prevalência da hipertensão em Portugal é de 42,2% na população adulta (PHYSA Study, Journal of Hypertension, vol 32, nº 6 June 2014).

A estratégia adoptada para o tratamento da hipertensão depende dos fatores de risco do doente. 

Nomeadamente, se para além da hipertensão o doente sofrer de outras doenças ou fatores de risco associadas, tais como: colesterol elevado, diabetes, for fumador, tiver excesso de peso ou obesidade, se já tiver sofrido um evento cardiovascular: Enfarte Agudo Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral, etc.. 

O objetivo do tratamento para a hipertensão é que os valores da pressão arterial estejam sempre abaixo dos 140mmHg de pressão arterial sistólica e 90mmHg de pressão arterial diastólica. No entanto, alguns doentes que sofrem de hipertensão e outras doenças associadas, como a Diabetes, estes valores devem ser ainda mais baixos e não ultrapassa os 130mmHg de pressão arterial sistólica.

Só quando o doente hipertenso tem os valores da pressão arterial abaixo dos supra mencionados, de forma sistemática – diariamente – é que se pode considerar que está com a hipertensão controlada.

Com o decorrer dos anos a hipertensão provoca lesões nos vasos sanguíneos, bem como nos principais órgãos vitais do organismo: o cérebro, o coração, o rim.

Reduzindo os valores de pressão arterial, reduz-se também o risco de doenças cardiovasculares.

As principais doenças associadas à HTA são: AVC; Cardiopatia Isquémica (nomeadamente, Angina de Peito, Enfarte Agudo Miocárdio, Morte Súbita); Insuficiência Cardíaca; Aneurisma dissecante da aorta; Insuficiência renal.

 

Quem deve ser tratado?

Todas as pessoas cujos valores da pressão arterial estejam elevados (>=140/90mmHg), ou que tenham outras doenças associadas e com valores de pressão arterial superiores aos valores normais, pressão arterial sistólica superior a 120mmHg.

Intervir precocemente (antes de atingir estes valores de PA) deve ser colocado como uma hipótese relevante em todos os doentes que tenham outros fatores de risco, ou doenças associadas. É o caso do pós-enfarte agudo do miocárdio, diabetes, doença renal, etc.

 

Como tratar a hipertensão arterial (HTA)?

Em primeiro lugar o doente hipertenso deve adoptar estilos de vida mais saudáveis.

De acordo com as Guidelines da Sociedade Europeia de Hipertensão, deve:

  1. reduzir o consumo de sal;
  2. moderar o consumo de álcool;
  3. aumentar o consumo de vegetais e frutas e reduzir o consumo de alimentos ricos em gordura;
  4. reduzir o peso;
  5. praticar regularmente exercício físico;
  6. cessar o consumo de tabaco.

(ESH/ESC 2013 guidelines, Journal of Hypertension, vol 31 nº 7, July 2013)

As opções farmacológicas são uma opção eficaz, após diagnóstico de hipertensão pelo médico.

Existem várias classes de anti-hipertensores que podem ser prescritos em monoterapia ou em associação de duas ou mais classes hipotensoras (em função dos valores de pressão arterial do doente e dos fatores de risco associados).

Para tratar a hipertensão existem no mercado as seguintes classes terapêuticas: Diuréticos; bloqueadores alfa, bloqueadores beta, bloqueadores dos canais de cálcio (BCC), inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA), antagonistas dos receptores da angiotensiva II (ARAII) e inibidores da renina.

Existem combinações fixas no mercado, nomeadamente entre Diuréticos e IECA, ARAII e Inibidores da Renina, e entre BCC e IECA ou ARAII.

 

Quando tratar a hipertensão arterial (HTA)?

Sempre que os valores da pressão arterial estejam acima do preconizado. Em função dos valores da pressão arterial e dos riscos associados (patologias concomitantes) o médico vai recomendar medidas higieno-dietéticas e iniciar terapêutica farmacológica.

A terapêutica farmacológica poderá ser em monoterapia ou em associação a outras classes hipotensores, dependendo do estadio da hipertensão.

As associações podem ser:

  • Fixas – mais do que uma classe de hipotensores num só comprimido;
  • Livres – tomar vários comprimidos de diferentes classes hipotensoras.

Referências:
Estudo PHYSA (Journal of Hypertension, vol 32, nº 6, June 2014;
2013 ESH/ESC Guidelines for the management of arterial hypertension, Journal of Hypertension, vol 31, nº 7, july 2013;
Site da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, www.sphta.org.pt